domingo, 23 de junho de 2013

Destruindo Sonhos


Disseram-me que para que eu possa viver no mundo real- nesse universo cruel- eu tenho de mutilar meus próprios sonhos. Destruir um por um, em busca de algum específico que possa sobreviver à selvageria das sociedades. E que a cada sonho que eu mate, eu devo guardar a dor por tê-lo feito. Essa dor sôfrega, que dominará meus membros, será a lembrança necessária para que eu tenha força de enfrentar os monstros da civilização.
Cada corte uma quimera. Cada sutura uma vitória amarga. Porque o azedume é o gosto que os campeões provam quando destroem a infinidade de aspirações que possuíam em prol de uma única possibilidade. Então a resposta para a sobrevivência é o massacre da imaginação? Então, para que conquistemos nossos “objetivos” na verdade devemos ter apenas um? Que bela perspectiva! 
Se não há outro caminho, faça o seguinte, feche os olhos e imagine que cada sonho que possuí é uma estrela cintilante no fundo negro do céu. Levante seu dedo e aponte para a que lhe aparecer mais viva e incandescente. Quando o fizer assopre o espaço com todas suas forças e veja as demais estrelas morrerem. Nesse momento você saberá qual sonho lhe restou...

Pensamentos Confusos


Quero-te. Não! Distante de mim, agora e sempre. Procuro-te.  Não! Perco-te e quero nunca mais te achar.  Encontro-te. Sim! Infelizmente, reencontro-te... Quando menos espero fazê-lo. E quando desejo, tenho o resultado inverso. Lembro-te. Sim! Da forma mais dolorosa. Esqueço-te. Não! Mentira...   Anseio, mas não alcanço. Perdido estou  e  não encontro-me nesse labirinto.  Sufocado estou... Em pensamentos confusos.

Nobody Cares


Não... Ninguém se importa com suas lágrimas. Pensam que o fato delas existirem é sua infantilidade para com o mundo. Mas infantilidade é essa mentalidade fútil e arcaica. Se você chora é porque foi forte por muito tempo e agora já não aguenta mais tanta pressão.
Ninguém se importa com a sua tristeza. Enquanto você se contorce em seu desespero passional, as pessoas ao seu redor fingem não perceberem a situação angustiante em que você vive.
Ninguém se importa com suas mágoas. Se você as possui, então, isso significa que você não teve a capacidade de perdoar... Interessante ponto de vista. Porque se você comete algum deslize todos se importam e lhe julgam por seus erros.
Então para que demonstrar?! Sorria, chore, grite, sussurre, soque, quebre... Faça o que for preciso para que consiga ser feliz, porque a não ser você, ninguém mais se importa! 

sábado, 22 de junho de 2013

Keep Fighting?


Ah! Essa contrariedade que me forma... Essa complexidade que me abrange...! Já estou cansado de tanta inconstância. Queria ao menos uma vez tomar uma decisão com cada célula do meu corpo, com cada pedaço da minha alma. Não aguento mais esses dois lados que me dividem. Um dizendo para jogar tudo para o alto, xingar, brigar e nunca mais voltar atrás, enquanto o outro fica sussurrando: “Suporte mais um pouco. Tenha um pouco mais de paciência, eles irão mudar.”
Eu já estou farto de esperar mudanças! Estou farto de falsas expectativas, de falsos horizontes. A verdade é esta que está confrontando minhas vistas e nada mais. É como sangue em fundo branco, não há como negar o que é tão exorbitante.
E se essa é toda realidade  que me circunda... E se eu tenho conhecimento de tal fato, por que me é tão difícil tomar a decisão certa de uma vez por todas? Por que insisto nessa farsa? Por que continuo a tentar me iludir?
Não seria muito mais fácil abrir mão?

Tempo...


O tempo passa de forma cada vez mais rápida, girando os ponteiros do relógio de forma frenética e nos induzindo a rotinas cada vez mais agitadas. Ele passa como o vento que corre por nossos corpos. E enquanto ele caminha, devemos tentar acompanha-lo da forma mais ágil possível, antes que sejamos esquecidos e abandonados no passado.
Nessa tarefa não podemos falhar se quisermos continuar a existir como agora. E para isso é necessário que façamos as escolhas certas, nos momentos certos. Com relação a minha pessoa, vontade não me falta para viver e lutar, apenas desaparece quando preciso e reaparece quando estou prestes a desistir.
Coragem? Pergunto-me onde esta se meteu. Fugiu de mim quando percebeu que eu a estava monopolizando. E deveras essa foi minha realidade há algum tempo. Mas quero retomá-la neste presente em que vivo. Quero viver e sentir que o faço novamente. Quero sentir ares diferentes, quero sentir sabores diferentes, luzes diferentes, aromas diferentes. Quero tudo o que me for novo, enquanto há tempo.
Porque estou cansado do “nada” que me aguarda, pois é nisto em que minha vida se resume ultimamente: no “nada” que não quero e no “tudo” que espero.
Com essas reflexões o tempo passa rápido e demasiadamente lento. As horas não param, seus minutos muito menos, levando consigo os ponteiros do relógio e com eles minha essência. Assim, só quero sonhar mais um pouco enquanto há chance, quero esse meu todo que para o mundo é pouco. Porém, quero que tudo que eu sonhe seja possível e que eu possa realizar em tão pouco tempo.

Meu Remédio: Toxinina


Quando lhe conheci, pensei que você fosse minha salvação. Meu remédio. Mas com o tempo percebi que os efeitos que você me causava, não eram normais e muito menos saudáveis, por completo. Isso me fez notar seu lado obscuro e misterioso. Aquele lado que você sempre tentou esconder.
Percebi, então, que você não é somente meu remédio; minha cura. Você, também, é meu veneno; corrosão do meu ser. Vida e morte. Você é o paradoxo da minha existência. Dois elos: um bom e outro mau.  Uma libertação e uma sentença. Minha libertação e minha perdição.Você é minha toxina e meu antídoto em um mesmo frasco...

A Shadow Called Frustration


As pessoas têm muitas expectativas e poucas atitudes. De que adianta esperar pela ação do próximo? De que adianta esperar que as pessoas façam algo por você ou que te ajudem? De que adianta depositar suas expectativas nos outros?!
No final, você acabará desapontado uma vez mais. No final, ninguém se importará com você ou com o que lhe acomete. Por acaso a decepção é prazerosa? Por acaso a frustração é uma boa amiga? E se for, isso não seria masoquismo?
As pessoas esperam muito uma das outras, mas não tomam qualquer atitude quanto a isso. Então, por que não se valem apenas de si mesmas?  Se querem ter expectativas, que as tenham para consigo e ninguém mais. Pelo menos, assim, decepções seriam evitadas. A frustração deixaria de ser uma sombra da expectativa, porque o objeto que a projetava não existiria. No lugar dele haveria a surpresa... A simples brincadeira do Destino.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Madrugadas Solitárias


Duas da manhã, eu acordo desnorteado. Mais um sonho me torturou em plena madrugada. Não sei ao certo o que fazer... Minhas esperanças já se perderam como areia soprada pelo vento.  Pior que meus sonhos, são os momentos, como este, em que acordo no escuro da noite com minhas lembranças avivadas. Tudo o que menos anseio é remoer o passado, mas este se faz tão difícil de ser esquecido.
Estou chorando novamente e  não sei explicar como ainda consigo fazê-lo, depois de tantas lágrimas transbordadas. Você, evocado por todos meus fantasmas do passado, vem me assombrar, rir mais uma vez de mim. Enquanto a Solidão invade minha casa para fazer-me companhia.
O som de seus passos silenciosos acompanha-me até a cama. Minh’alma está despedaçada sobre um lençol de mágoas, que você tivera questão de me deixar como presente. Você quis amaldiçoar-me a esta “vida”. A esta dor eterna que vem sorver-me o espírito todas as noites, como um vampiro que suga a essência de suas vítimas.
A Solidão por sua vez está na sala ao lado dançando vagarosamente ao ritmo do meu pranto. O que ela quer é adentrar em meu peito, no lugar em que um dia lhe pertenceu e tomar para si meu coração, em suas delicadas mãos. E eu estou a me questionar por que não  entregar-lhe de bom grado esse objeto obsoleto que, para mim, perdeu a utilidade quando foi partido por você.
 Assim são todos os meus dias, nesta infeliz existência, a qual fui condenado a perecer, pelo único crime que cometi em minha vida: amar-te.


quarta-feira, 12 de junho de 2013

Um Sorriso Nos Teus Lábios


Vejo-te chorar por ele. Vejo-te chorar por outros. E mais do que ninguém e, até mesmo, mais do que você, eu sei que eles não merecem as lágrimas que deslizam por sua face. Tu choras por pessoas perdidas. Tu choras por pessoas que não valorizam o fato de ter te conhecido. Entristeço-me quando tu entristeces. E é pela importância que te dou que sempre estou e sempre estarei ao teu lado para te ajudar em sua dor. Mas ficou feliz ao perceber que aos poucos teu sofrimento diminui, que tuas lágrimas não se fazem mais tão presentes e quando estas reaparecem em teus olhos apenas evidenciam a cura do teu coração e significam o fim de ilusões que pairavam como névoas sobre tuas vistas.
Agora vejo que tu começas a ser mais feliz do que antes. E vejo que minha luta não foi em vão. Pode ser que demore mais um pouco e que essa guerra de sentimentos perdure, mas no final eu verei a pura felicidade brilhando no cristalino de teu olhar. E farei um sorriso nos teus lábios se formar.

domingo, 9 de junho de 2013

Seu Último Ato


A brisa do final de tarde, dançava por todo meu corpo. Era como se me fosse concedida a oportunidade de voar. E eu queria me lançar do abismo, ao mesmo tempo em que, na realidade, não queria. No fundo, o que eu mais desejava era que você chegasse para me impedir, para me salvar daquela loucura que havia se apossado de mim.
Quando eu estava prestes a abrir mão de qualquer coisa que ainda me restava, você apareceu. Segurou-me da maneira como só você sabia fazer, e ali naquele momento eu acreditei que tudo voltaria a ser como antes, que tudo o que tivéramos retornaria.
 Mas era apenas mais um de seus jogos desalmados que me destruíam. Por que, então, você voltou? Só para ter o prazer de me empurrar penhasco abaixo? Não bastava me deixar morrer? Você realmente precisava me ferir uma última vez? Por quê?

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Why Is It So Complicated?


Na época em que eu era meu ego, fui um sem ser único, fui vários sem ser múltiplo. Mas como fui sem que eu fosse realmente, já não o sei. A única certeza que tenho é de que naquele tempo eu era assim. Agora, no espelho em que me olho, não há reflexo, senão o de pedaços. Do que? Não faço ideia. Talvez, sejam pedaços de mim, talvez sejam minhas alucinações ou quem sabe sejam miragens de olhos doentes. Não fico me questionando sobre isso. Se são essas as coisas que vejo, então que sejam essas coisas. Se não houver explicação, então que não haja uma.
O que anseio é tão confuso para os outros que me compõem quanto para mim. Como ansiamos e não temos certeza sobre o que queremos? Como desejamos e não queremos? A loucura me é tão certa quanto perigosa. Minha amiga de longa data. Enquanto a lógica, aquela ingrata, me abandonou com uma caixa de Pandora.
Não quero morrer entre dúvidas, não quero desfalecer em mentiras. Quero a vida, quero o mundo, quero a alma, de  preferência a minha. Quero ser feliz, mas tenho medo de o sê-lo. Quero me libertar, mas tenho medo de fugir. Então por que me atormento com meu cárcere? Por que me amarguro com a falta?
A resposta não me surge e talvez nunca me ocorra. Meu horizonte  me é tão incerto quanto meu futuro. Da vida não tenho nada além do meu invólucro. Mas, eu não quero nada mais do que a felicidade sem receios. Do mundo não levo nada senão o conteúdo do lacro da matéria. Somos isso não é verdade? Carne que apodrece, pele que perece e corpo que desfalece. Só o espírito nos resta. Nossas memórias e sentimentos do que um dia existiu. Então por que tudo me parece tão complicado? Por que tudo me parece tão abstrato?

domingo, 2 de junho de 2013

What They Do Say...


As pessoas têm que aprender analisar umas as outras. Deixar de serem vagas e objetivas ao excesso, para variar um pouco. Devem começar a olhar no fundo dos olhos de cada uma, em busca de suas almas. Nada de esquivar-se da realidade e contentar-se com meias verdades. E para tal fim, elas devem aprender que para conhecermos bem uma pessoa, não devemos dar atenção ao que as outras dizem sobre esta em questão, mas na verdade, devemos prestar atenção ao que essa pessoa fala sobre as demais. Por que isso nos indicará quem realmente essa pessoa é e como ela é. Abrindo-nos de uma vez por todas as portas para a verdadeira face do ser.



Losing Me


Eu me surpreendo com a capacidade das pessoas de atribuir a sua indiscutível culpa sobre os ombros de um inocente. Eu me surpreendo com a ousadia de acusarem-me de esquecer alguém ou deixar alguém para trás.
Eu nunca conseguiria conviver comigo mesmo se isso fosse verdade. E a resposta que tenho para esses indivíduos é que eu não abandono ninguém e não esqueço ninguém, mas as pessoas é que aos poucos vão me perdendo. Arrancando pedaços de mim, que vão ficando em suas mãos no meio do caminho. Enquanto isso, eu continuo a caminhar pela estrada da vida e mais tantas pessoas vão desprendendo-se, levando consigo o mínimo do que poderiam ter de mim. Elas vão me perdendo e nem percebem o que fazem até ser tarde demais. Não se importaram até então com o que acontecia. Por que agora o fazem?
E eu vou andando, andando, andando, andando... E sendo perdido.

Devotion