segunda-feira, 17 de junho de 2013

Madrugadas Solitárias


Duas da manhã, eu acordo desnorteado. Mais um sonho me torturou em plena madrugada. Não sei ao certo o que fazer... Minhas esperanças já se perderam como areia soprada pelo vento.  Pior que meus sonhos, são os momentos, como este, em que acordo no escuro da noite com minhas lembranças avivadas. Tudo o que menos anseio é remoer o passado, mas este se faz tão difícil de ser esquecido.
Estou chorando novamente e  não sei explicar como ainda consigo fazê-lo, depois de tantas lágrimas transbordadas. Você, evocado por todos meus fantasmas do passado, vem me assombrar, rir mais uma vez de mim. Enquanto a Solidão invade minha casa para fazer-me companhia.
O som de seus passos silenciosos acompanha-me até a cama. Minh’alma está despedaçada sobre um lençol de mágoas, que você tivera questão de me deixar como presente. Você quis amaldiçoar-me a esta “vida”. A esta dor eterna que vem sorver-me o espírito todas as noites, como um vampiro que suga a essência de suas vítimas.
A Solidão por sua vez está na sala ao lado dançando vagarosamente ao ritmo do meu pranto. O que ela quer é adentrar em meu peito, no lugar em que um dia lhe pertenceu e tomar para si meu coração, em suas delicadas mãos. E eu estou a me questionar por que não  entregar-lhe de bom grado esse objeto obsoleto que, para mim, perdeu a utilidade quando foi partido por você.
 Assim são todos os meus dias, nesta infeliz existência, a qual fui condenado a perecer, pelo único crime que cometi em minha vida: amar-te.


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Devotion