Duas da manhã, eu
acordo desnorteado. Mais um sonho me torturou em plena madrugada. Não sei ao
certo o que fazer... Minhas esperanças já se perderam como areia soprada pelo
vento. Pior que meus sonhos, são os
momentos, como este, em que acordo no escuro da noite com minhas lembranças
avivadas. Tudo o que menos anseio é remoer o passado, mas este se faz tão difícil
de ser esquecido.
Estou chorando
novamente e não sei explicar como ainda
consigo fazê-lo, depois de tantas lágrimas transbordadas. Você, evocado por
todos meus fantasmas do passado, vem me assombrar, rir mais uma vez de mim.
Enquanto a Solidão invade minha casa para fazer-me companhia.
O som de seus
passos silenciosos acompanha-me até a cama. Minh’alma está despedaçada sobre um
lençol de mágoas, que você tivera questão de me deixar como presente. Você quis
amaldiçoar-me a esta “vida”. A esta dor eterna que vem sorver-me o espírito
todas as noites, como um vampiro que suga a essência de suas vítimas.
A Solidão por sua
vez está na sala ao lado dançando vagarosamente ao ritmo do meu pranto. O que
ela quer é adentrar em meu peito, no lugar em que um dia lhe pertenceu e tomar para
si meu coração, em suas delicadas mãos. E eu estou a me questionar por que não entregar-lhe de bom grado esse objeto obsoleto
que, para mim, perdeu a utilidade quando foi partido por você.
Assim são todos os
meus dias, nesta infeliz existência, a qual fui condenado a perecer, pelo único
crime que cometi em minha vida: amar-te.
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