segunda-feira, 15 de julho de 2013

Será Possível Retornar?


Meus sentimentos cismam em clamar por aquela foto de um passado tão distante. De uma infância mútua, na qual nos conhecemos. Um tempo que nos foi agradável, mas que deixou de existir. Um tempo no qual a inocência nos uniu em um amor puro e infantil.
Às vezes me questiono por qual motivo a Vida é tão cruel; por qual motivo ela quis nos juntar, para depois nos separar... Por que as coisas nascem para morrerem com a maturidade?
E lá vão as crianças de branco e preto na pequena folha de papel. Andando de mãos dadas pelo bosque de outono. Caminhando por lembranças que persistem em me atormentar.
Será que algum dia aquelas crianças que nós fomos podem retornar ou agora em diante permaneceremos essas reles sombras de algo que foi muito melhor?

What We Could Have Been...


O céu retumba do lado de fora. A janela embaçada lembra-me de nossas respirações descompassadas, em uma lembrança vaga de momentos passados.
As gotas de chuva se prendem ao vidro, riscando sua superfície. Marcando-a de cima a baixo, contando histórias de corações partidos. Seriam contos de aprendizagem? Seria apenas minha mente, pregando-me uma peça? Ou seria o mundo, comprovando nossos erros mesquinhos?
Olho o céu em busca de algum sinal de mudanças. A esperança em meu peito é fraca, quase nula. A negritude das nuvens assombram meus olhos, convertendo minhas lágrimas em desespero.
Se há salvação para nós dois eu não sei. Se há perdão pelos nossos erros, também, não sei. O que tenho certeza é que desconheço o futuro diante de nossas vidas.
Não reconheço mais meu reflexo no espelho e não reconheço em você  a pessoa que me conquistou. Para mim, passamos a ser meros desconhecidos que não têm coragem de olhar um nos olhos do outro.
É... Talvez seja tarde demais e as falhas do passado não possam ser esquecidas ou amenizadas. Mas ainda assim, sofro pelo que poderíamos ter sido juntos.

Como Bolhas De Sabão


Nossas vidas são como microuniversos. Cada um com seu território delimitado na estrada do Destino. Mas no decorrer de nossas existências podemos acabar esbarrando uns nos outros. Conhecendo-nos, amando-nos, odiando-nos...
 Poeticamente somos como bolhas de sabão: simples, frágeis... E com qualquer toque mais rude, nos desfazemos, como a espuma, e deixamos de existir.
E assim, as bolhas vão voando no Espaço, sendo guiadas pelos ventos. Chocando-se uma nas outras. Voando, vivendo, existindo... Somos tão simples, sendo tão complicados.
Pensamos na Vida como se fossemos seus donos, sem dar-nos conta de que na verdade somos seus subordinados. Um dia estamos nas mãos da Vida e na outro estamos nas mãos da Morte. Então todos os sonhos, os planos, os objetivos, os desejos, tudo se perde nas lembranças, no tempo...
É tão deprimente o fato de que as bolhas se acham autossuficientes! Não somos nada sem ajuda do Meio, então por que, cargas d’águas, somos tão soberbos e egocêntricos?!
E nesse furor egoísta e narcisista nos perdemos nos breves momentos de existência que possuímos...

Devotion