terça-feira, 10 de setembro de 2013

Labyrinth

Eu sou... A variável ambulante da minh’alma. Vivo... Na constante inconstância do meu ser imperfeito. Ando... Na imutável oscilação de minhas emoções mais profundas. Corro... Na certeza incerta do meu mundo interior. Fujo... Na temporária hipótese do meu eterno paradoxo. Permaneço... Na mentira verdadeira que ronda minha existência. Perco-me... Nas verdades falsas que me isolam do meio. Procuro-me... Na essência do meu espírito. Encontro-me... Rodeado de múltiplos eus. Eu sou um labirinto sem saída. Sem entrada nem despedia. Eu sou a porta... Eu sou o vácuo. E em mim, não só eu como todos... Perdem-se.

Unfit

Ah! Ela nasceu desprovida... Ela nasceu sem. Sem o que? Bem, não importa muito. O essencial é que ela simplesmente não tinha. Não tem e nem terá.
Inapta para vida. Era preferível ter se mantido na inércia do não existir, do que vir à agitação das moléculas do cosmo, virar submissa do Destino.
Ela nasceu fraca e não há de mudar. Anda cabisbaixa e aceita o açoite da Vida, nas recentes chagas da corda de capim. Caminha muda, porque seus senhores não lhe deram o direito a fala. Caminha muda, porque arrancaram-lhe o senso. 
   Oh! Ela é uma escrava sem valor. É uma covarde, sem conhecimento de o sê-lo. Ela é apenas mais uma vítima das intrigas do mundo.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Chamas de Existência


O homem é fogo. O corpo, chamas. E a alma, ardência.
A alma é calma, voluptuosa... É ardência gentil que afaga os limites do corpo, gerando faíscas. O corpo são as múltiplas explosões de calor ao redor da aura. É chama, é quente... É desejo compulsório. O homem é fogo consumidor, carícia depredatória. É flama, é raio... Que serpenteia entre a fogueira.
O homem é fogo. O corpo, chamas. E a alma, ardência.
O homem serpenteia dentre a fogueira. O corpo explode em espirais eloquentes.  E a alma... Ah! A alma... A alma é êxtase enclausurado,  loucura sentimental.

Devotion