A vida é curta
enquanto longa e longa enquanto curta. Existe do inexplicável, cresce na
natureza a partir de si e do mundo. Ela é tudo o que há de melhor e pior. Tudo
junto. Tudo separado.
Junto. Separado.
E também há a
morte. Calma e silenciosa. Espreitando as vidas que por ela esbarram, ansiando-as
com carinho e loucura. Eu provei da sede dela e nunca fui capaz de esquecer o
travo de sua essência. Amargo como fel e ainda assim doce como o mel. A morte é uma
porta ou, melhor, uma passagem sem retorno. Um caminho lindo e, diferentemente
da vida, nem um pouco tortuoso, porém, sombrio.
Eu já encontrei essa estrada, só que ela não
me quis. Pelo contrário, levou a única coisa de boa que me restava nesta vida.
Como uma miragem onírica, ela pegou o que restava para ser pego. E eu fiquei
para trás, aos pedaços, como um espelho recém-quebrado e com a sombra de um
reflexo passado.
Naquele dia, eu
soube que a morte era tão boa quanto ruim.
Agridoce.
Triste e Feliz.
Porque a morte só
é dolorosa para quem permanece vivendo.
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